Era uma linda noite de sol, que brilhava entre as trevas sem fim. À sombra de uma árvore sem folhas, um mudo dizia aos companheiros: "Prefiro mil vezes a morte, do que perder a vida." Num bosque repleto de edifícios, as aves pastavam, as vacas pulavam de galho em galho e os elefantes fugiam, apavoradamente calmos, das formigas selvagens. Entrei num beco que não tinha fim e sentei-me num pé de couve. Vi uma igreja mal assombrada e logo na frente a porta dos fundos se abriu. Deitei o paletó na cama e pendurei-me no cabide, onde dormi um sono. Sonhei que estava acordado e acordei para ver se estava sonhando. Segui para o banheiro, onde seria servido o jantar. Depois de ter comido o guardanapo e limpado a boca com o bife, bebi um copo sólido de água. Ao meu lado, um cego lia um jornal sem letras que dizia: "Os quatro profetas do mundo são três, Jeremias e João." Um patrocínio da agência funerária da Boa Sorte, caixões com ar condicionado, almofadas e tração nas quatro alças. Gratos pela atenção desatenta!